1994-2000 - Sérgio Sousa Pinto ▴
Entre 4 e 6 de março de 1994, tem lugar na Figueira da Foz o IX Congresso, onde é eleito Sérgio Sousa Pinto para o cargo de Secretário-Geral. O seu percurso anterior havia ficado marcado por ter sido presidente da Associação de Estudantes do Liceu Gil Vicente, ter dirigido o Movimento de Estudantes contra a PGA e, posteriormente, ter integrado o Secretariado Nacional no mandato de António José Seguro.
Para o novo Secretário-Geral era importante conferir um caráter mais forte de esquerda na JS, através da carga ideológica e tomada de consciência crítica dentro do Partido. Nas suas palavras, “havia a necessidade de explicar que a Juventude Socialista não era um apêndice etário dos socialistas com menos de 30 anos, mas que era uma organização com capacidade de afirmação própria, com uma agenda política própria e uma mensagem própria”.
No Congresso foram desenhadas as linhas de ação do novo mandato: novas bandeiras; novas medidas, como a proposta de extinguir os Tribunais Militares e as jurisdições especiais; e o combate ao racismo.
Neste primeiro mandato pelas suas mãos, a JS abandona o CNJ, considerado que estava sob a influência da JCP; emite um comunicado contra os aumentos das portagens por parte do Governo PSD; requisita uma audiência com o Embaixador de Angola sobre questões racistas, de cidadãos angolanos que sofrem discriminações por parte das forças de segurança portuguesas; assim como exige a renúncia do cargo de Dias Loureiro, Ministro da Administração Interna, a respeito do caso de brutalidade policial sobre os trabalhadores da indústria vidreira na Marinha Grande.
Como consequência do esforço que a JS conseguiu realizar, o número de militantes disparou para 30 mil, tendo obtido o dobro dos existentes. Mais tarde, esse número voltou a subir para os 40 mil militantes. No final do seu primeiro mandato, Sérgio Sousa Pinto conseguiu o feito de eleger 15 deputados da Juventude Socialista para a Assembleia da República, como resultado do PS ter vencido as Legislativas de outubro de 1995.
Sérgio Sousa Pinto é reeleito no X Congresso, realizado novamente na Figueira da Foz, a 18 e 19 de maio de 1996, com a moção “Por Uma Sociedade de Oportunidades”. Este mandato começou por debruçar-se sobre o novo estatuto do trabalhador-estudante, depois focou a sua atenção na questão da Interrupção Voluntária da Gravidez e finalmente destacou a questão do diploma das uniões de facto, inicialmente contra as discriminações aos casais não casados e depois também alargado aos casais do mesmo sexo.
Realizado entre 15 e 17 de maio de 1998, em Portimão, o XI Congresso volta a reeleger Sérgio Sousa Pinto para um terceiro mandato. Este ficou manchado pelos resultados negativos do referendo sobre o aborto, que teve lugar apenas uns dias após o Congresso Nacional. A meio deste terceiro mandato, o Secretário-Geral foi eleito para o Parlamento Europeu.